Impressão 3D será a nova aposta para construir casas econômicas
março 1, 2021Uma das tendências tecnológicas que mais se movem hoje é a construção impressa em 3D, especialmente de casas à venda impressas, denominadas 3DDs. As 3DDs podem resolver tudo, desde abrigar os sem-teto até construir hospitais. E cada vez mais estruturas que usam essa tecnologia estão surgindo em todo o mundo.
As raízes da construção de impressão 3D
Explorar as possibilidades da impressão 3D para construção automatizada começou nos anos 90 usando várias formas de cimento e pasta de cerâmica. Em meados dos anos 2000, a impressão 3D foi usada em vários projetos de construção, incluindo um prédio de apartamentos de cinco andares na China em 2015. Em 2017, uma ponte de pedestres de 12 metros foi impressa em 3D em Madrid, Espanha.
Em um acordo entre a CLS Architetti e a Arup, uma das principais empresas de design e engenharia do mundo, ambas construíram um protótipo de casa impresso em 3D para o evento da Semana de Design de Milão 2018. A Arup recentemente fez parceria com a MX3D, uma startup holandesa, para imprimir em 3D uma ponte de aço inoxidável totalmente funcional a ser instalada em Amsterdã.
Processo simples e eficiente
As principais barreiras nos últimos anos foram removidas, graças a melhorias nos materiais de construção, redução no custo por metro quadrado, aumento no tamanho da pegada do edifício, redução no tempo de cura para quase tempo real e propriedades de suporte de peso aprimoradas que permitem impressão de vários andares viável.
Uma impressora 3D funciona imprimindo camadas finas umas sobre as outras até que o objeto 3D pretendido seja formado. É semelhante ao processo de fazer um sanduíche. Ao fazer um sanduíche, coloque cada ingrediente em camadas, peça por peça, até que o sanduíche desejado seja criado. Da mesma forma, a impressora 3D imprime minúsculas camadas de materiais peça por peça até que o objeto desejado seja criado.
Carência de equipes de construção experientes
Uma das sobras da crise financeira de meados de 2000 é uma séria escassez de construtores e comerciantes experientes no mundo todo. Muitos deixaram o setor de 2007 a 2012-13 e nunca mais voltaram. A demanda supera em muito a capacidade das construtoras de fornecer equipes suficientes.
Os salários aumentaram dramaticamente junto com o custo das matérias-primas, como madeira serrada. A impressão 3D pode reduzir drasticamente o número de pessoas necessárias no local para construir uma casa. Ainda há muito trabalho a ser feito pelos comerciantes: coisas que as impressoras não imprimem como portas, fiação, encanamento, luminárias, acabamentos e eletrodomésticos.
Habitação de baixo custo ao redor do mundo
Como exemplo de construtora de baixo custo podemos citar a New Story, que é uma instituição de caridade com sede em San Francisco, nos Estados Unidos, que se concentra em fornecer casas para pessoas que vivem em moradias inadequadas em todo o mundo.
Em 2018, eles firmaram parceria com uma empresa de construção sediada em Austin, Texas, a ICON, para construir uma comunidade inteira de casas de baixo custo em Tabasco, México, para 50 famílias. A ICON usou seu revolucionário sistema de impressão 3D, Vulcan II, para construir casas de 500 pés quadrados, 2 quartos e 1 banheiro por menos de US$ 4.000 dólares. Eles fornecem não apenas espaço para morar, mas também a segurança que vem com portas com chave para a proteção dos moradores.
O mais incrível sobre isso é que as casas foram concluídas em apenas 24 horas de impressão ao longo de sete dias, utilizando o cimento de sua propriedade, Lavacrete. Atualmente, a ICON também está construindo uma comunidade no Texas para os sem-teto usando o mesmo processo de construção e há indícios de que possa fazer, em breve, parcerias com ONGS aqui do Brasil.
Como se fabrica uma casa em 3D?
Agora, você pode estar pensando, isso é ótimo, a impressora 3D pode sobrepor materiais peça por peça para criar objetos. Mas pode imprimir uma casa inteira? Surpreendentemente, pode. O desenvolvimento de impressoras 3D de tamanho industrial tornou possível imprimir casas em 24 a 48 horas.
As impressoras 3D de tamanho industrial imprimem casas camada por camada com base em projetos digitais projetados em software de modelagem. Em seguida, ele usa ingredientes, como areia, cimento e outros aditivos, ou usa materiais sustentáveis à base de terra, como solo, argila, palha de arroz picado e fenda, para produzir uma mistura pastosa.
Essa mistura pastosa é aquecida e espremida pelo bico da impressora e solidificada por um secador de concreto até que a estrutura básica da casa esteja construída. Após a construção da estrutura básica, os trabalhadores instalam acabamentos, como encanamento, fiação elétrica, portas e janelas, para completar a casa.
Outra capacidade incrível da construção impressa em 3D é que eles não estão restritos a caixas quadradas; as casas podem ser construídas com curvas e formas exclusivas. Além disso, um design impresso em 3D pode ser alterado mesmo no momento da impressão, proporcionando flexibilidade máxima na construção.
Barreiras ao uso em massa e legislações
Embora tremendo progresso tenha sido feito na tecnologia de construção 3D, códigos e regulamentações são âncoras para adoção desse modelo construtivo em massa. Cidades, e estados têm formulado comitês de revisão arquitetônica para comunidades planejadas e têm buscado formular suas políticas, códigos de construção, regulamentos e processos de licenciamento para acompanhar essa modernidade toda.
Em países como os Estados Unidos, por exemplo, casas pré-fabricadas modernas e residências impressas em 3D enfrentam um processo de licenciamento assustador, muitas vezes levando a tempos de construção de mais de 18 meses a mais de 2 anos devido à burocracia.
E aqui no Brasil, a tendência é que isso siga o mesmo rumo. No entanto, construtores com visão de futuro estão realizando projetos em cidades como São Paulo e Curitiba, estão fazendo pesquisas de vanguarda nesse quesito, de modo a atender à legislação brasileira.
O fato é que a capacidade de imprimir residências em 3D por um custo baixo está mudando a paisagem do mundo em desenvolvimento, à medida que organizações governamentais, sem fins lucrativos e construtoras de moradias colaboram para atender aos sem-teto e reduzir os preços dos aluguéis, criando moradias populares.
Gostou destas informações? Compartilhe este post em suas redes sociais!